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Alunos 09/06/2017
Exposição Tropicália – 50 anos

Exposição Tropicália – 50 anos

Instalações sonoras e visuais formam mostra inédita no Colégio Loyola sobre os principais acontecimentos do movimento cultural
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Domingo é o fino-da-bossa

Segunda-feira está na fossa

Terça-feira vai à roça

Porém…*

*Tropicália, canção de Caetano Veloso lançada em 1968

Na Semana da Cultura, Arte e Literatura & Feira do Livro 2017 do Colégio Loyola, a segunda-feira (26/6) marca a abertura da exposição Tropicália – 50 anos. Com uma abordagem abrangente, contextualizando origens, trajetórias e desdobramentos, a mostra é um recorte de alguns dos principais acontecimentos que perpassaram a música, as artes visuais, o teatro e o cinema da época.

Inspirada pela atuação dos tropicalistas, que não seguiam padrões ou regras, a exposição foi organizada por meio de instalações sonoras e visuais dispostas de maneira fragmentada e não linear, ultrapassando a didática formal. A intenção é apresentar elementos que provoquem o espectador e o convidem a optar, durante o percurso, por seguir caminhos conduzidos pelas canções que marcaram o período e a leitura de imagens e textos.

A assessora referência de Artes do Colégio Loyola e curadora da mostra, Amanda Lopes, explica que não existe a pretensão de esgotar o tema, e sim de enriquecer as discussões sobre esse importante movimento cultural que, até hoje, influencia as produções artísticas brasileiras.

A exposição estará aberta ao público das 8h do dia 26/6 às 18h do dia 12/07. A visitação pode ser feita gratuitamente de segunda a sexta, das 8h às 9h30, das 10h30 às 12h, das 14h às 15h30 e das 16h30 às 18h.

Para entrar no clima, montamos para você a playlist Tropicália – 50 anos. Clicando no link de cada setor, você abre a lista de canções (áudio e letra) que vai guiar, completar e ampliar a experiência multissensorial oferecida pela mostra. Se preferir ouvir todas as músicas em sequência, acesse a playlist no Spotify.

Setor 1 – Gilberto Gil
TRÊS CARAVELAS (LAS TRES CARABELAS)
Composição: Augusto Algueró Jr. e Santiago Guardia Moreu, 1955
Versão: João de Barro, 1968
Voz: Caetano Veloso e Gilberto Gil

HINO DO SENHOR DO BONFIM
Composição: Arthur de Salles e João Antônio Wanderley, 1923
Voz: Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Os Mutantes

MISERERE NOBIS
Composição: Gilberto Gil e Capinan, 1968
Voz: Gilberto Gil

GELÉIA GERAL
Composição: Gilberto Gil e Torquato Neto, 1968
Voz: Gilberto Gil

Setor 2 – Hélio Oiticica
TROPICÁLIA
Caetano Veloso, 1968

Setor 3 – Panis et Circenses
PANIS ET CIRCENSES
Composição: Gilberto Gil e Caetano Veloso, 1968
Voz: Os Mutantes

PARQUE INDUSTRIAL
Composição: Tom Zé, 1968
Voz: Tom Zé e Os Mutantes

DOMINGO NO PARQUE
Composição: Gilberto Gil, 1967
Voz: Gilberto Gil e Os Mutantes

BATMAKUMBA
Composição: Gilberto Gil e Caetano Veloso, 1968
Voz: Os Mutantes e Gilberto Gil

Setor 4 – Yes, nós temos bananas
YES, NÓS TEMOS BANANAS
Compositor: Braguinha e Alberto Ribeiro, 1937
Voz: Ney Matogrosso

CHICLETE COM BANANA
Composição: Gordurinha e Almira Castilho, 1958
Voz: Gilberto Gil e Marjore Estiano

CHICA CHICA BOOM CHIC
Composição: Harry Warren e Mack Gordon, 1941
Voz: Carmen Miranda

Setor 5 – Lindonéia
LINDONÉIA
Composição: Gilberto Gil e Caetano Veloso, 1968
Voz: Nara Leão

DIVINO MARAVILHOSO
Composição: Caetano Veloso e Gilberto Gil, 1968
Voz: Gal Costa

BABY
Composição: Caetano Veloso, 1968
Voz: Gal Costa

Setor 6 – Caetano Veloso
ALEGRIA, ALEGRIA
Caetano Veloso, 1967

ENQUANTO SEU LOBO NÃO VEM
Caetano Veloso, 1968

É PROIBIDO PROIBIR
Caetano Veloso, 1968

ELES
Caetano Veloso, 1968

Saiba mais sobre o movimento
Em 1967, o Brasil presenciou o início de um fenômeno cultural de grande importância para as artes em geral. A Tropicália, que, no meio musical, ficou marcada na figura de Caetano Veloso e Gilberto Gil, também teve adeptos no teatro, no cinema e nas artes visuais. O movimento constituiu-se de maneira espontânea, quando Caetano percebeu que, no teatro do Grupo Oficina, no cinema de Glauber Rocha e na arte de Hélio Oiticica havia algo em comum: a livre experimentação estética sem censura em busca de uma representação da cultura brasileira. A ordem era a contracultura em pleno regime da ditadura militar. Surgia a Tropicália.

Mas, para compreender o que foi a Tropicália, não basta analisar o contexto dos anos 67 e 68, período em que se deu o movimento. As raízes do pensamento tropicalista estão no Manifesto Antropofágico de Oswald de Andrade, redigido em 1928. A ideia de uma arte brasileira formada pela “devoração” cultural de elementos populares e eruditos – a cultura indígena e africana e a do imigrante europeu – que norteou a arte moderna do início do século XX era retomada no final dos anos 60. Porém, com um caráter mais crítico, carregado de metáfora e ironia.

Não se pode afirmar que todo o pensamento tropicalista se esgotou por completo. As linguagens artísticas ficaram marcadas por suas experiências, influenciando as produções das décadas seguintes. Nas artes visuais contemporâneas, por exemplo, Beatriz Milhazes traduz a brasilidade em suas pinturas abstratas, com colagens de elementos em cores vibrantes, inspirados no carnaval.

Semana da Cultura, Arte e Literatura & Feira do Livro 2017
A abertura da exposição Tropicália – 50 anos é uma das atividades da Semana da Cultura, Arte e Literatura & Feira do Livro 2017, que reúne, entre os dias 26 de junho e 1º de julho, uma série de atividades produzidas pelos alunos e pela equipe do Colégio Loyola, tendo como principal inspiração o movimento tropicalista. A edição 2017 também vai fazer uma homenagem aos 50 anos de carreira da escritora paulista Ruth Rocha e inclui, em sua programação, apresentações, mostras e instalações vinculadas aos Projetos de Série. Aguarde a programação completa.

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